Embora o Japão tenha vários parques de diversões abandonados
e estranhos, acredito que Gulliver’s Kingdom, parque temático baseado no conto
clássico de Jonathan Swift, mereça ganhar destaque...
Bem Vindo a Gulliver's Kingdom!
Gulliver’s Kingdom (ou Reino de Gulliver, se preferirem) ficava
a cerca de 2,5 horas a oeste de Tóquio, aos pés do famoso Monte Fuji. A atmosfera
surreal, formada pela exuberante paisagem montanhosa do Japão misturada à velha
cultura de contos de fadas europeus, faria a viagem valer a pena.
O parque era um espetáculo para a visão: havia um navio
pirata, três aldeias distintas, um tobogã, um magnífico lago, e um sistema de
trem em miniatura, lojas de presentes (abastecidas com brinquedos e bugigangas),
jogos e atrações.
O parque foi inaugurado em 1997, mas foi apenas um exemplo
de projeto tipo "ponte para lugar nenhum". Sua construção foi
defendida pelo governo japonês e o setor bancário na década de 90, buscando
criar alguns postos de trabalho de construção a curto prazo, mas rendendo pouco
emprego permanente.
Embora o sopé do Monte Fuji pareça um local ideal para um
parque temático, não era exatamente o caso para o Reino de Gulliver. A área de
Aokigahara, onde o parque foi construído é conhecida no Japão como
"floresta do suicídio" ou “Sea of Trees” (parece ser o segundo local mais
popular do mundo entre os suicidas, depois da Golden Gate Bridge de São
Francisco – EUA). Como se uma floresta de suicídio não foi suficiente, o parque
também ficava perto da aldeia de Kamikuishiki, famosa por ser o local da sede
da seita Aum Shinrikyo (que em 1995 realizou um ataque mortal com gás Sarin no
metrô de Tóquio).
Aokigahara, ou Sea of Trees |
Enfim. O parque foi fechado em 2001 (pouco tempo na ativa, não?),
por uma série de fatores (falta de pagamento aos empréstimos bancários, falta
de visitantes, fraca venda de ingressos... até que findaram as finanças do
parque). O Reino acabou sendo desmembrado. E a principal atração do parque, o
corpo gigante (de 147 metros de comprimento) de Lamuel Gulliver continuou
amarrada e pregada ao chão, esquecida e abandonada. O imenso Gulliver de
concreto continuou descansando à sombra do Monte Fuji (exposto a sol, chuva, grafiteiros...)
até que seus restos em decomposição fossem demolidos em 2007.
Próxima parada: Spreepark, em Berlin, Alemanha.
(imagens retiradas da internet)